segunda-feira, 31 de maio de 2010

História da Psicologia no Brasil e especificamente na Bahia

A Psicologia no Brasil é a história do pensamento sobre a consciência, o inconsciente, e o comportamento humano uma preocupação com os determinantes da racionalidade, da irracionalidade e da ação. Historicamente, temos uma psicologia aliada à filosofia para entender os processos da razão, pensamento, sentimento e percepção. Temos uma psicologia de expressões artísticas, literárias e existenciais para entender a irracionalidade e a criatividade. E, temos também uma psicologia da fisiologia para entender o comportamento enquanto função da ação do sistema nervoso. Nos hospitais psiquiátricos, nas escolas e na administração pública havia a necessidade de levar professores a se tornarem psicometristas, estimulados por médicos que não tinham tempo para se dedicar ao trabalhado sistemático de avaliação diagnóstica com base nos testes psicológicos, esses médicos já estavam assumindo a função de psicólogo.
Na Bahia temos a UFBA uma grande escola de psicologia criada em 1961, mas apenas em 1969 inauguro-se a sua primeira turma com um pouco mais de 40 anos de sua criação o curso sofreu mudanças desde sua estrutura curricular.
Desde lá acompanhando as novas conquistas dessa jovem ciência que é a Psicologia, o curso se modernizou e ampliou suas estruturas com sua fortalecida pós graduação em lato senso. Este curso na UFBA é referência na comunidade pela sua excelente qualidade, além dos seus serviços prestados para a população como os atendimentos clínicos do serviço de Psicologia. Atualmente, o curso passa por novas etapas, já sendo aprovada a criação do Instituto de Psicologia, assim ganhando mais autonomia reconhecimento e desenvolvimento em ensino, pesquisa e extensão tais como, a iniciação cientifica que representa uma oportunidade para o aluno de graduação a inseri-se no ambiente de pesquisa acadêmica, sendo que o principal objetivo é promover a formação de futuros pesquisadores de ética,trabalhando,capacitando,desenvolvendo e transformando a sociedade.
A globalização desses novos tempos é preciso ter cuidado com aqueles que comentem atrocidades em “nome da ciência” e que o próprio psicólogo ao constituir sujeitos como objetos de suas práticas não venha a participar, involuntariamente, de formas de dominação.
Referencias:

1. FURTADO, O; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia.13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.
2. História da psicologia no Brasil. Disponível em: http://www.psi.ufba.br/apresentacao.html Acesso em: 29/mai/2010

Relatório Estatistico sobre a eficácia dos principais métodos de tratamento psicológico da atualidade

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais.  Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Com base neste tema foi feita uma Pesquisa com trabalhadores de diversas unidades do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da Bahia, para ver qual dos tratamentos administrados pela entidade é o mais eficaz entre os pacientes de faixa etária entre 20 e 70 anos.

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Tendo em vista os resultados para a forma de tratamento aplicada nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), estatisticamente pode-se observar que de 2006 até a atualidade(2010) o Tratamento Psicológico Ambulatorial obteve um maior êxito.

Segundo dados da pesquisa, neste tratamento (Ambulatorial) houve uma Média de 55,8 pacientes recuperados, na qual se obteve também a maior Moda, (63,81) e o maior Desvio Padrão, (5,63). Enquanto no Intensivo a Média foi de 52,8; sua Moda 63,1 e menor variabilidade em relação aos outros métodos, sendo esse o procedimento mais regular em relação à média. No Semi-Intensivo houve uma Média de 55 pacientes recuperados, com a Moda igual á 61,3; percebendo que esse seria um tratamento intermediário.

Isso nos faz perceber que a melhor forma de cuidar destes pacientes é auxiliando na reintegração destes em seus meios sociais sem deixá-los isolados ou totalmente afastados de familiares e amigos, já que estes também são essenciais para sua recuperação.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Reforma Psiquiátrica

  Este trabalho foi realizado por alunos da turma do 1° semestre do curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves, baseado em entrevistas com psicólogos e pesquisas sobre o tema "Reforma Psiquiátrica", sob orientação do professor Rafael Leite.
  
 Nos dias 13 e 14 de abril de 2010, foi realizada a 2° Conferência Municipal de Saúde Mental - Intersetorial, objetivando "[...]promover o debate da saúde mental com os diversos setores da sociedade no atual cenário da Reforma Psiquiátrica"¹. Iniciativas como esta, promovidas principalmente pelos usuários dos CAPS, revelam a crescente preocupação que o tema tem gerado nas diversas esferas sociais e reflete a necessidade de se repensar o atual modelo de atenção às pessoas com sofrimento mental.
  Apesar dos movimentos pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial existirem desde 1978 e mesmo com as diversas provas da real eficácia dos Centros de Atenção Psicossocial, há ainda muita resistência relacionada à substituição do modelo hospitalocêntrico por redes de cuidados adequadas. Enrtre os fatores responsáveis por este entrave, estão a municipalização do SUS, os precários vínculos empregatícios, a utilização da metodologia tradicional (manicomial) na formação de profissionais da área de saúde mental e a própria cultura brasileira, muito ligada ainda ao modelo institucional.
  Uma grande preocupação da sociedade, e também fonte de muita resistência quanto à desinstitucionalização, está relacionado ao receio de que este indivíduo represente riscos para a comunidade em que vive. Este medo, do ponto de vista de profissionais da área de saúde mental, é apenas reflexo de toda uma cultura baseada na exclusão dos tipos que fogem ao padrão socialmente aceito, logo é um preconceito mal fundamentado. De acordo com uma psicóloga baiana, especializada em saúde mental, uma pessoa com sofrimento mental, quando bem assistida pelos serviços de saúde, oferece à sociedade os mesmos riscos que um cidadão considerado "normal". Segundo essa psicóloga, as prisões estão cheias de pessoas, ditas "normais", que agrediram outros, sendo assim a agressividade é uma característica humana e não exclusividade de quem tem transtorno mental.
  Essa resistência social torna-se mais acentuada quando se trata da desospitalização dos internos dos manicômios judiciários. Embora os defensores da Reforma apóiem a desinstitucionalização neste caso, como forma de garantir a reinserção destes indivíduos marginalizados em seus contextos sociais, inúmeros fatos jornalísticos trazem notícias de presidiários, com diagnóstico de insanidade mental comprovado por laudo psiquiátrico, que reincidiram no crime. Casos como o do maníaco de Luziânia, põem em "xeque" a questão sobre a periculosidade que estes indivíduos podem representar à sociedade. Enquanto a esfera forense, demodo geral, apóia a permanência dos manicômios judiciários, os profissionais pró-Reforma garantem que muitos crimes cometidos por pessoas com sofrimento mental poderiam ter sido evitados se estas pessoas fossem devidamente tratadas pelos serviços de saúde.
  Programas voltados à desospitalização, como o De volta para casa e as Residências terapêuticas, que tem como objetivo devolver às pessoas com sofrimento mental o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania, apesar de serem teoricamente eficazes, encontram, na prática, muitos empecilhos burocráticos. O programa "De volta para casa", por exemplo, (instituído pelo presidente Lula, por meio da assinatura da Lei Federal 10.708 de 31 de julho de 2003) que visa a desospitalização de pacientes com longo período de internação, além dos desafios comuns à implantação da Reforma, encontra outro obstáculo ainda maior: os egressos de manicômios, aptos ao recebimento do benefício, não possuem os documentos necessários para o seu devido cadastramento no programa. Algumas manobras políticas, como a Identificação tardia², tem ajudado a contornar este problema, mas o número de internos em manicômios ainda é grande comparado aos beneficiados pelo programa.
  Garantir os direitos de acessibilidade e equidade aos portadores de transtorno mental é ainda um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica no cenário atual. Entretanto, a participação ativa dos próprios usuários dos CAPS em campanhas de mobilização social como a 3° Parada do Orgulho Louco, a ser realizado dia 22/05/2010 (Sábado), às 09h30min, no Morro do Cristo (Barra) e a sensibilização de diversos profissionais ligados à área de saúde mental tem contribuído positivamente para a consolidação do modelo de atenção extra-hospitalar, desfazendo cada vez mais o conceito de indispensabilidade do sistema manicomial.

¹ - Trecho extraído do Regimento da 2°Conferência Municipal de Saúde Mental, capítulo l, Art. 1° - §1°.
² - Campanhas que visam devolver a cidadania e restituir à identificação e socialização das pessoas com transtornos mentais.

sábado, 8 de maio de 2010

Resenha: Nós que aqui estamos por vós esperamos

Nós que aqui estamos por vós esperamos

  "Nós que aqui estamos por vós esperamos" é um documentário brasileiro de 1998, dirigido por Marcelo Masagão, roteiro de Eduardo Valadares, que tem como tema central a discussão a respeito da banalização da morte e, consequentemente, da vida. Sem locutor ou depoimentos orais dos personagens envolvidos, o documentário exibe trechos de filmes antigos, fotos e reportagens de TV, apresentados ao som de Wim Mertens, intercalados com efeitos sonoros e "silêncios eloquentes".
  De maneira poética, o filme faz uma retrospectiva dos principais acontecimentos que marcaram o século XX, retratando feitos de personalidades históricas e de cidadãos comuns que, de alguma forma, deixaram sua marca no século passado. Percebe-se a tentativa de se estabelecer uma relação horizontal referente a importância histórica dos personagens envolvidos. Dessa forma, tanto celebridades reconhecidas como anônimos recebem igual projeção no filme.
  O filme traz consigo uma forte tendência antropocêntrica, visto que utiliza uma abordagem do universo caracterizada pela centralização da figura humana. O homem é, dessa forma, retratado como um ator social, responsável pelas alegrias e tristezas do seu tempo. Sendo assim, a montagem biográfica explicita cenas de guerras, revoluções sociais, avanços tecnológicos e científicos, mudanças na comunicação, independência das mulheres, sem deixar de lado as expressões humanas de dor, sofrimento, alegria e desespero diante destes fatos.
  A obra apresenta, ainda, a longa jornada feminina em busca da sua emancipação, através de figuras como Gabriele "Coco" Chanel, Sandra Michel e Margareth Sanger. Partindo do cenário da I Grande Guerra, quando começam a assumir papeis fora do lar, passando por outras representantes do gênero que transgrediram as opressoras regras vigentes, clamando por igualdade, o filme compara a realidade da mulher ontem e hoje, focando-se na sua luta constante pela consolidação dos seus direitos como cidadã e na batalha cotidiana para cumprir as tarefas de mãe, mulher, profissional, esposa, etc.
  Premiado no Festival de Gramado, em 1999, pela montagem e no Festival  de Recife como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem, o referido documentário proporciona uma reflexão profunda acerca da conduta humana, reforçando a importância de cada ser humano para a construção da história da humanidade. O filme é encerrado com a imagem do letreiro de cemitério, onde se lê: "Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos". Esta frase, singela e profunda, deixa claro o destino inerente a todos nós, e, em conjunto com as outras imagens, lembra que mesmo após a morte, as ações praticadas no presente pela humanidade continuarão influenciando, para o bem ou para o mal, as gerações futuras.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

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terça-feira, 4 de maio de 2010

Resenha do Filme "O nome da Rosa"

O nome da Rosa é um romance de autoria de Umberto Eco, dirigido por Jean-Jacques Annaud, lançado em 1986, que conta uma história no século XIV num mosteiro Beneditino, onde um monge Franciscano (Sean Conery) foi designado a investigar os crimes que estavam ocorrendo no local, cujas vítimas eram encontradas mortas, com a língua e a ponta dos dedos roxos. O monge Franciscano e Renascentista desvenda o mistério das mortes usando a ciência e, consequentemente, a razão.

  Havia um livro de autoria de Aristóteles, que estava com as páginas envenenadas e era abolido pela doutrina cristã, pois a Igreja Católica Antiga considerava a comédia como uma afronta a Deus e o livro enaltecia o riso. Dessa forma, quem o lia morria envenenado para não informar o seu conteúdo. O filme retrata a biblioteca como um lugar secreto, repleto de armadilhas, onde o conhecimento nela presente não era passado para qualquer um.
 
A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso aos seus dogmas a fim de evitar questionamentos e manifestações contrárias. Com isso intalou-se a inquisição para punir quem praticasse algo que fugisse às regras de conduta à Igreja Católica.

O longa-metragem remonta o contexto histórico do período teocêntrico, uma época de verdadeira treva para produção científica visto que a igreja monopolizava o saber, restringindo-o como forma de manter seu poder sobre a população. Os dogmas cristãos eram considerados irrefutáveis uma vez que eles derivavam de Deus. Sendo assim, a Igreja Católica ,como representante terrestre da vontade divina, também não deveria ser alvo de críticas.

 As produções artísticas e filosóficas da época também refletiam exclusivamente os assuntos de interesse da instituição religiosa. É o caso, por exemplo, de São Tomás de Aquino que buscava em Aristóteles inspiração para explicar a distinção entre a essência humana, inserindo, dessa forma, a ciência e a filosofia Aristotélica no Cristianismo, de modo a tornar o saber cristão racionalmente indubitável.
 
A Igreja era, a esta época, detentora de um grande poder espiritual, intelectual e material e, por meio de sua força política, pretendia doutrinar os comportamentos da sociedade, extinguindo os costumes considerados pagãos.
 
O título da obra cinematográfica refere-se a uma figura feminina, uma vilã, cujo nome não é revelado e por meio da qual o filme explicita o luxo e a corrupção do alto clero. Esta recebe o nome de Rosa, em alusão à flor homônima que ganha como presente, e, em troca de comida, presta serviço sexual aos clérigos, expondo, dessa forma, a hipocrisia da instituição religiosa que descumpria a determinação do celibato, contrariando, assim, os próprios princípios.

 O filme tem um caráter filosófico, quase metafísico, já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução de um mistério a partir de um novo método de investigação. Guilherme de Bascerville, o monge e filósofo Franciscano que investigava, examinava, interrogava, duvidava e questionava, com seu método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso fosse pago um alto preço.

 De caráter complexo, O Nome da Rosa retrata com maestria a "castração" intelectual imposta pelo clero durante o período  medieval e é, certamente, um bom objeto de estudo para todos os que pretendem entender os aspectos sociais e psicológicos dessa época tão obscura para a produção científica.