segunda-feira, 31 de maio de 2010

História da Psicologia no Brasil e especificamente na Bahia

A Psicologia no Brasil é a história do pensamento sobre a consciência, o inconsciente, e o comportamento humano uma preocupação com os determinantes da racionalidade, da irracionalidade e da ação. Historicamente, temos uma psicologia aliada à filosofia para entender os processos da razão, pensamento, sentimento e percepção. Temos uma psicologia de expressões artísticas, literárias e existenciais para entender a irracionalidade e a criatividade. E, temos também uma psicologia da fisiologia para entender o comportamento enquanto função da ação do sistema nervoso. Nos hospitais psiquiátricos, nas escolas e na administração pública havia a necessidade de levar professores a se tornarem psicometristas, estimulados por médicos que não tinham tempo para se dedicar ao trabalhado sistemático de avaliação diagnóstica com base nos testes psicológicos, esses médicos já estavam assumindo a função de psicólogo.
Na Bahia temos a UFBA uma grande escola de psicologia criada em 1961, mas apenas em 1969 inauguro-se a sua primeira turma com um pouco mais de 40 anos de sua criação o curso sofreu mudanças desde sua estrutura curricular.
Desde lá acompanhando as novas conquistas dessa jovem ciência que é a Psicologia, o curso se modernizou e ampliou suas estruturas com sua fortalecida pós graduação em lato senso. Este curso na UFBA é referência na comunidade pela sua excelente qualidade, além dos seus serviços prestados para a população como os atendimentos clínicos do serviço de Psicologia. Atualmente, o curso passa por novas etapas, já sendo aprovada a criação do Instituto de Psicologia, assim ganhando mais autonomia reconhecimento e desenvolvimento em ensino, pesquisa e extensão tais como, a iniciação cientifica que representa uma oportunidade para o aluno de graduação a inseri-se no ambiente de pesquisa acadêmica, sendo que o principal objetivo é promover a formação de futuros pesquisadores de ética,trabalhando,capacitando,desenvolvendo e transformando a sociedade.
A globalização desses novos tempos é preciso ter cuidado com aqueles que comentem atrocidades em “nome da ciência” e que o próprio psicólogo ao constituir sujeitos como objetos de suas práticas não venha a participar, involuntariamente, de formas de dominação.
Referencias:

1. FURTADO, O; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia.13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.
2. História da psicologia no Brasil. Disponível em: http://www.psi.ufba.br/apresentacao.html Acesso em: 29/mai/2010

Relatório Estatistico sobre a eficácia dos principais métodos de tratamento psicológico da atualidade

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais.  Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Com base neste tema foi feita uma Pesquisa com trabalhadores de diversas unidades do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da Bahia, para ver qual dos tratamentos administrados pela entidade é o mais eficaz entre os pacientes de faixa etária entre 20 e 70 anos.

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Tendo em vista os resultados para a forma de tratamento aplicada nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), estatisticamente pode-se observar que de 2006 até a atualidade(2010) o Tratamento Psicológico Ambulatorial obteve um maior êxito.

Segundo dados da pesquisa, neste tratamento (Ambulatorial) houve uma Média de 55,8 pacientes recuperados, na qual se obteve também a maior Moda, (63,81) e o maior Desvio Padrão, (5,63). Enquanto no Intensivo a Média foi de 52,8; sua Moda 63,1 e menor variabilidade em relação aos outros métodos, sendo esse o procedimento mais regular em relação à média. No Semi-Intensivo houve uma Média de 55 pacientes recuperados, com a Moda igual á 61,3; percebendo que esse seria um tratamento intermediário.

Isso nos faz perceber que a melhor forma de cuidar destes pacientes é auxiliando na reintegração destes em seus meios sociais sem deixá-los isolados ou totalmente afastados de familiares e amigos, já que estes também são essenciais para sua recuperação.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Reforma Psiquiátrica

  Este trabalho foi realizado por alunos da turma do 1° semestre do curso de Psicologia da Faculdade Castro Alves, baseado em entrevistas com psicólogos e pesquisas sobre o tema "Reforma Psiquiátrica", sob orientação do professor Rafael Leite.
  
 Nos dias 13 e 14 de abril de 2010, foi realizada a 2° Conferência Municipal de Saúde Mental - Intersetorial, objetivando "[...]promover o debate da saúde mental com os diversos setores da sociedade no atual cenário da Reforma Psiquiátrica"¹. Iniciativas como esta, promovidas principalmente pelos usuários dos CAPS, revelam a crescente preocupação que o tema tem gerado nas diversas esferas sociais e reflete a necessidade de se repensar o atual modelo de atenção às pessoas com sofrimento mental.
  Apesar dos movimentos pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial existirem desde 1978 e mesmo com as diversas provas da real eficácia dos Centros de Atenção Psicossocial, há ainda muita resistência relacionada à substituição do modelo hospitalocêntrico por redes de cuidados adequadas. Enrtre os fatores responsáveis por este entrave, estão a municipalização do SUS, os precários vínculos empregatícios, a utilização da metodologia tradicional (manicomial) na formação de profissionais da área de saúde mental e a própria cultura brasileira, muito ligada ainda ao modelo institucional.
  Uma grande preocupação da sociedade, e também fonte de muita resistência quanto à desinstitucionalização, está relacionado ao receio de que este indivíduo represente riscos para a comunidade em que vive. Este medo, do ponto de vista de profissionais da área de saúde mental, é apenas reflexo de toda uma cultura baseada na exclusão dos tipos que fogem ao padrão socialmente aceito, logo é um preconceito mal fundamentado. De acordo com uma psicóloga baiana, especializada em saúde mental, uma pessoa com sofrimento mental, quando bem assistida pelos serviços de saúde, oferece à sociedade os mesmos riscos que um cidadão considerado "normal". Segundo essa psicóloga, as prisões estão cheias de pessoas, ditas "normais", que agrediram outros, sendo assim a agressividade é uma característica humana e não exclusividade de quem tem transtorno mental.
  Essa resistência social torna-se mais acentuada quando se trata da desospitalização dos internos dos manicômios judiciários. Embora os defensores da Reforma apóiem a desinstitucionalização neste caso, como forma de garantir a reinserção destes indivíduos marginalizados em seus contextos sociais, inúmeros fatos jornalísticos trazem notícias de presidiários, com diagnóstico de insanidade mental comprovado por laudo psiquiátrico, que reincidiram no crime. Casos como o do maníaco de Luziânia, põem em "xeque" a questão sobre a periculosidade que estes indivíduos podem representar à sociedade. Enquanto a esfera forense, demodo geral, apóia a permanência dos manicômios judiciários, os profissionais pró-Reforma garantem que muitos crimes cometidos por pessoas com sofrimento mental poderiam ter sido evitados se estas pessoas fossem devidamente tratadas pelos serviços de saúde.
  Programas voltados à desospitalização, como o De volta para casa e as Residências terapêuticas, que tem como objetivo devolver às pessoas com sofrimento mental o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania, apesar de serem teoricamente eficazes, encontram, na prática, muitos empecilhos burocráticos. O programa "De volta para casa", por exemplo, (instituído pelo presidente Lula, por meio da assinatura da Lei Federal 10.708 de 31 de julho de 2003) que visa a desospitalização de pacientes com longo período de internação, além dos desafios comuns à implantação da Reforma, encontra outro obstáculo ainda maior: os egressos de manicômios, aptos ao recebimento do benefício, não possuem os documentos necessários para o seu devido cadastramento no programa. Algumas manobras políticas, como a Identificação tardia², tem ajudado a contornar este problema, mas o número de internos em manicômios ainda é grande comparado aos beneficiados pelo programa.
  Garantir os direitos de acessibilidade e equidade aos portadores de transtorno mental é ainda um dos principais desafios da Reforma Psiquiátrica no cenário atual. Entretanto, a participação ativa dos próprios usuários dos CAPS em campanhas de mobilização social como a 3° Parada do Orgulho Louco, a ser realizado dia 22/05/2010 (Sábado), às 09h30min, no Morro do Cristo (Barra) e a sensibilização de diversos profissionais ligados à área de saúde mental tem contribuído positivamente para a consolidação do modelo de atenção extra-hospitalar, desfazendo cada vez mais o conceito de indispensabilidade do sistema manicomial.

¹ - Trecho extraído do Regimento da 2°Conferência Municipal de Saúde Mental, capítulo l, Art. 1° - §1°.
² - Campanhas que visam devolver a cidadania e restituir à identificação e socialização das pessoas com transtornos mentais.

sábado, 8 de maio de 2010

Resenha: Nós que aqui estamos por vós esperamos

Nós que aqui estamos por vós esperamos

  "Nós que aqui estamos por vós esperamos" é um documentário brasileiro de 1998, dirigido por Marcelo Masagão, roteiro de Eduardo Valadares, que tem como tema central a discussão a respeito da banalização da morte e, consequentemente, da vida. Sem locutor ou depoimentos orais dos personagens envolvidos, o documentário exibe trechos de filmes antigos, fotos e reportagens de TV, apresentados ao som de Wim Mertens, intercalados com efeitos sonoros e "silêncios eloquentes".
  De maneira poética, o filme faz uma retrospectiva dos principais acontecimentos que marcaram o século XX, retratando feitos de personalidades históricas e de cidadãos comuns que, de alguma forma, deixaram sua marca no século passado. Percebe-se a tentativa de se estabelecer uma relação horizontal referente a importância histórica dos personagens envolvidos. Dessa forma, tanto celebridades reconhecidas como anônimos recebem igual projeção no filme.
  O filme traz consigo uma forte tendência antropocêntrica, visto que utiliza uma abordagem do universo caracterizada pela centralização da figura humana. O homem é, dessa forma, retratado como um ator social, responsável pelas alegrias e tristezas do seu tempo. Sendo assim, a montagem biográfica explicita cenas de guerras, revoluções sociais, avanços tecnológicos e científicos, mudanças na comunicação, independência das mulheres, sem deixar de lado as expressões humanas de dor, sofrimento, alegria e desespero diante destes fatos.
  A obra apresenta, ainda, a longa jornada feminina em busca da sua emancipação, através de figuras como Gabriele "Coco" Chanel, Sandra Michel e Margareth Sanger. Partindo do cenário da I Grande Guerra, quando começam a assumir papeis fora do lar, passando por outras representantes do gênero que transgrediram as opressoras regras vigentes, clamando por igualdade, o filme compara a realidade da mulher ontem e hoje, focando-se na sua luta constante pela consolidação dos seus direitos como cidadã e na batalha cotidiana para cumprir as tarefas de mãe, mulher, profissional, esposa, etc.
  Premiado no Festival de Gramado, em 1999, pela montagem e no Festival  de Recife como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem, o referido documentário proporciona uma reflexão profunda acerca da conduta humana, reforçando a importância de cada ser humano para a construção da história da humanidade. O filme é encerrado com a imagem do letreiro de cemitério, onde se lê: "Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos". Esta frase, singela e profunda, deixa claro o destino inerente a todos nós, e, em conjunto com as outras imagens, lembra que mesmo após a morte, as ações praticadas no presente pela humanidade continuarão influenciando, para o bem ou para o mal, as gerações futuras.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

 Para melhor visualização, clique no ícone "Menu" e em seguida em "View Fullscreen".  Slide antropologia filosofica
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terça-feira, 4 de maio de 2010

Resenha do Filme "O nome da Rosa"

O nome da Rosa é um romance de autoria de Umberto Eco, dirigido por Jean-Jacques Annaud, lançado em 1986, que conta uma história no século XIV num mosteiro Beneditino, onde um monge Franciscano (Sean Conery) foi designado a investigar os crimes que estavam ocorrendo no local, cujas vítimas eram encontradas mortas, com a língua e a ponta dos dedos roxos. O monge Franciscano e Renascentista desvenda o mistério das mortes usando a ciência e, consequentemente, a razão.

  Havia um livro de autoria de Aristóteles, que estava com as páginas envenenadas e era abolido pela doutrina cristã, pois a Igreja Católica Antiga considerava a comédia como uma afronta a Deus e o livro enaltecia o riso. Dessa forma, quem o lia morria envenenado para não informar o seu conteúdo. O filme retrata a biblioteca como um lugar secreto, repleto de armadilhas, onde o conhecimento nela presente não era passado para qualquer um.
 
A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso aos seus dogmas a fim de evitar questionamentos e manifestações contrárias. Com isso intalou-se a inquisição para punir quem praticasse algo que fugisse às regras de conduta à Igreja Católica.

O longa-metragem remonta o contexto histórico do período teocêntrico, uma época de verdadeira treva para produção científica visto que a igreja monopolizava o saber, restringindo-o como forma de manter seu poder sobre a população. Os dogmas cristãos eram considerados irrefutáveis uma vez que eles derivavam de Deus. Sendo assim, a Igreja Católica ,como representante terrestre da vontade divina, também não deveria ser alvo de críticas.

 As produções artísticas e filosóficas da época também refletiam exclusivamente os assuntos de interesse da instituição religiosa. É o caso, por exemplo, de São Tomás de Aquino que buscava em Aristóteles inspiração para explicar a distinção entre a essência humana, inserindo, dessa forma, a ciência e a filosofia Aristotélica no Cristianismo, de modo a tornar o saber cristão racionalmente indubitável.
 
A Igreja era, a esta época, detentora de um grande poder espiritual, intelectual e material e, por meio de sua força política, pretendia doutrinar os comportamentos da sociedade, extinguindo os costumes considerados pagãos.
 
O título da obra cinematográfica refere-se a uma figura feminina, uma vilã, cujo nome não é revelado e por meio da qual o filme explicita o luxo e a corrupção do alto clero. Esta recebe o nome de Rosa, em alusão à flor homônima que ganha como presente, e, em troca de comida, presta serviço sexual aos clérigos, expondo, dessa forma, a hipocrisia da instituição religiosa que descumpria a determinação do celibato, contrariando, assim, os próprios princípios.

 O filme tem um caráter filosófico, quase metafísico, já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução de um mistério a partir de um novo método de investigação. Guilherme de Bascerville, o monge e filósofo Franciscano que investigava, examinava, interrogava, duvidava e questionava, com seu método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso fosse pago um alto preço.

 De caráter complexo, O Nome da Rosa retrata com maestria a "castração" intelectual imposta pelo clero durante o período  medieval e é, certamente, um bom objeto de estudo para todos os que pretendem entender os aspectos sociais e psicológicos dessa época tão obscura para a produção científica.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Resenha do Filme "Fúria de Titãs"

 Fúria de Titãs
Um filme épico, onde coragem, imaginação e bravura são as armas mais eficientes de um guerreiro. De caráter simples, o longa-metragem nos conduz a uma era de mitos e lendas em que deuses e humanos relacionam-se. No elenco principal estão: Harry Hamlin (Perseu), Judi Bowker (Andrômeda), Laurence Olivier (Zeus), Claire Bloom (Hera), Maggie Smith (Tétis).

  Lançado em 1981, o filme Fúria de Titãs narra as aventuras de Perseu, príncipe de Argos, fruto de uma relação extraconjugal entre Zeus e a princesa mortal, Danae. Ambientado na Grécia antiga, a história traz personagens clássicos da mitologia grega, como os deuses Zeus, Hera, Afrodite, Atena, Tétis,Poseidon, entre outros, que residem no Monte Olimpo e interferem diretamente na vida de seus servos.
  Após escapar da morte prematura graças a Zeus, Perseu cresce forte e saudável na remota ilha de Sérifo. Este aparente sossego é rompido,porém, quando Hera resolve punir o jovem príncipe em retaliação ao castigo aplicado por Zeus à Cálibos, servo da deusa. Perseu é, então, transportado milagrosamente à Jopa enquanto dorme tranquilamente.
  Munido de objetos divinos, concedidos em nome de seu pai, Perseu resolve dar início à reconstrução do seu reino em Jopa e, dessa forma, conhece a história da bela princesa Andrômeda e da terrível maldição que a mantém aprisionada ao agora abominável Cálibos. O jovem apaixona-se à primeira vista pela princesa e decide arriscar a própria vida para desposá-la. Após libertá-la da maldição que a ligava à Cálibos, o herói precisa novamente aventurar-se para desfazer uma nova punição, desta vez aplicada por Tétis, que exigia o sacrifício de Andrômeda ao titã Kraken.
  Com o apoio de alguns amigos, do último cavalo alado, Pégaso, e de uma coruja de metal, feita pelos deuses, Perseu parte em sua aventura à procura do único objeto que poderia destruir o Kraken e quebrar a maldição de Tétis: a cabeça da temida Medusa, cujo olhar pretificava a qualquer um que ousasse encará-lo.
  Embora a mitologia grega não possa explicar cientificamente os fenômenos naturais, esta traz consigo informações valiosas para o entendimento da cultura e hábitos dos gregos na antiguidade, constituindo, assim, uma excelente fonte histórica. Ao longo do filme, pode-se observar a "humanização" dos deuses que se assemelham física e emocionalmente aos seus servos. Nesse contexto, percebe-se que as divindades mitológicas gregas eram figuras de vontades e caprichos absolutamente humanos. Esta afirmação é comprovada na fala do poeta e dramaturgo fictício, Amon ("Os deuses do Olimpo são misteriosos; e seus motivos, erráticos"), e nos próprios atos desses deuses. De acordo com essa premissa, percebemos vários sentimentos tipicamente humanos nestes seres fantásticos: os deuses do Olimpo sentem ira, amor, ciúmes, orgulho, desejo sexual, etc.
  Outro aspecto importante é a relação da interferência direta que esses seres míticos exercem na vida de seu povo. Hera conseguiu transportar Perseu milagrosamente a um território desconhecido sem que este pudesse reagir, Cálibos foi transformado em monstro por Zeus, os deuses conversavam diretamente com seus súditos, entre outros exemplos. Os gregos da antiguidade atribuiam as suas vitórias e derrotas às ações de seus representantes divinos e o filme explicita bem essa crença. A destruição do reino de Argos exemplifica não somente essa intervenção dos deuses como também a personificação dos seus sentimentos, visto que essa catástrofe foi motivada pela raiva de Zeus. Muitos pensadores da época concordavam com esta idéia de manipulação divina. Entre eles descatam-se Anaxágoras, que acreditava na existência de uma força sobrenatural responsável por mover o mundo, e Demócrito de Abdera,  que acreditava que os pensamentos, atos e acontecimentos na vida dos humanos eram determinados por agentes externos. Durante o filme, nota-se que os seres humanos são representados como bonecos de argila nas mãos dos deuses e estão sujeitos à "remodelagem" que estes desejarem.
  O filme também apresenta, indiretamente, conceitos da época como a crença na existência de uma alma imortal, distinta do corpo, que no filme representa o aprisionamento da princesa Andrômeda à Cálibos. Este preceito era sustentado por Pitágoras que também acreditava na existência de um ser detentor de poder supremo, responsável pelo controle e orientação do universo. Outro conceito retratado pelo filme, diz respeito à existência de um destino, como se a vida das pessoas já estivesse previamente escrita. No filme esta idéia é bem representada na figura de Perseu que acredita ser seu destino unir-se à princesa Andrômeda em matrimônio.
  Há também uma idéia esteriotipada das figuras humanas: Perseu é um jovem bonito e destemido, pronto a arriscar a vida em nome de um amor; Andrômeda representa a "mocinha" frágil e desditosa, cuja beleza encanta a todos; Cálibos é o amargurado e cruel carrasco de Andrômeda, capaz de atos pérfidos para mantê-la cativa. Essas características, tão presentes nos modelos cinematográficos atuais, reforçam a idéia de valorização da luta e do desafio como forma de conquistar objetivos. Heráclito, um pensador grego da época, considerava a guerra como mãe e rainha de todas as coisas, o que reforça a afirmativa anterior.
  Todas essas informações, presentes no filme, demonstram a importância que a mitologia tinha para os gregos àquela época, visto que essas histórias transmitidas de geração em geração era uma forma de tentar responder às infindáveis questões humanas num tempo em que não havia estudos científicos para tal função. Essas crenças só começaram a ser questionadas a paritr do surgimento dos primeiros filósofos que, insatisfeitos com as explicações mitológicas, passaram a buscar respostas racionais para as suas dúvidas.
  Embora o filme Fúria de Titãs não seja um clássico cinematográfico e apresente efeitos especiais ultrapassados, sua análise crítica pode oferecer muitas informações a respeito dessa parte da história grega e do modelo comportamental e psicológico da época, sendo uma ótima opção de entretenimento para adultos e crianças.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Texto : Linguagem e Comunicação - Filme O Terminal

          INTERAGIR É NECESSÁRIO


  O filme "O Terminal", que tem como protagonista Tom Hanks atuando como Vicktor, trata sobre um estrangeiro que desembarca nos Estados Unidos quando seu país de origem "Krakozhia" sofre um golpe de estado e seu passaporte fica inválido.

Sua primeira tentativa de comunicação foi com o diretor do aeroporto Sr. Frank Dixon. Vicktor, por não dominar o código linguístico do lugar, limitava-se a pronunciar frases prontas, decoradas e anotadas em um guia de viagens, não havendo assim êxito no diálogo.

Posteriormente, foram dados a Vicktor objetos voltados para a comunicação como um bip, vales refeição e um cartão telefônico, porém não foram utilizados de imediato porque este não sabia do que se tratava. Enquanto não se encontrava a solução para o problema de Vickor, ele permaneceu morando no aeroporto por meses, sempre na tentativa de aceitarem a sua entrada no EUA.

Percebeu o quanto estava isolado do mundo ao ouvir o hino da Krakozhia e ver o seu país em destruição total e queria saber o que estava acontecendo, mas a legenda apontada no jornal não permitia que entendesse do que se tratava, porque estava escrito numa língua que não dominava.

A falta de domínio do codigo linguistico local
impossibilita a compreensão da notícia,
o que deixa o personagem muito abalado.

Incomodado com a situação, compra dois livros iguais em línguas diferentes e começa a se familiarizar com o código linguístico local. O aeroporto por sua vez é muito bem sinalizado, mas mesmo assim Vicktor se atrapalha com algumas placas, entra no banheiro feminino ao invés do masculino. Numa das tentativas frustradas de adentrar nos EUA, mas desta vez induzido, ele ouve o som e visualiza uma câmera de filmagem se movimentar cada vez que ele também se movimentava, o que o faz desistir de sair do aeroporto.

Com duas revistas idênticas em idiomas
diferentes (Inglês e búlgaro), Vicktor tenta
 aprender o código linguistico dos E.U.A.
 
A linguagem mais comum no filme é a não verbal. Com a presença de gestos, cores, desenhos, mímicas, sinais luminosos e sonoros, assim como os formulários, cada um de uma cor conforme a solicitação desejada, selos de autorização, faixas no chão para a orientação da fila.
 
O maior momento do filme aconteceu quando Vicktor foi ser intérprete de um passageiro retido no aeroporto por portar remédios sem nota fiscal, alegando que seria para o bode, quando na verdade se tratava de remédios para o pai que não estava bem. Ao intermediar o conflito, pois só ele dominava o código, saiu-se muito bem, obtendo sucesso na tradução e na administração do problema.
 
Observa-se que o filme "O Terminal" é ríquissimo em detalhes e situações de comunicação, pois em todos os momentos aborda-se a linguagem de uma forma diferente e criativa. Por fim, Vicktor Narvorski sai do aeroporto, adentra nos Estados Unidos, encaminha-se ao restaurante onde um cartaz do músico de jazz e ouve uma bela melodia. Feliz, finalmente realiza o sonho de seu pai.   


 Um exemplo de sinalização muito presente no filme:
 placas de aviso, alertavam aos passageiros sobre
o risco de queda, devido ao piso molhado.


Segue, abaixo, um link para visualização do trailler do filme O terminal, audio em inglês, sem legenda.
  http://www.youtube.com/watchv=Xm1xrJD5aW8&feature=PlayList&p=7EF20A57FA2659B9&playnext=1&playnext_from=PL&index=39 
            

domingo, 14 de março de 2010

Psicologia em Foco

Olá, pessoal!
Esta é apenas uma breve apresentação do Psicologia em foco.
Este blog foi concebido a partir da iniciativa da Faculdade Castro Alves, que visa integrar as atividades de todas as disciplinas do 1º semestre e compartilhá-las com os alunos da unidade e os interessados "blogosfera" afora.
Como podem perceber, nosso blog terá conteúdos voltados à psicologia.
Espero que acompanhem o desenvolvimento de nossos trabalhos e opinem.

Obrigada!